ESTUDO | Motocicletas – Principais Componentes e suas Funções

 

Hoje, com a variedade de modelos e a facilidade de aquisição, o aumento da frota brasileira de motocicletas chega perto de 20 milhões de unidades. Pensando nesse aumento de frota, vem a questão da manutenção e do seguro. Por isso, é importantíssimo conhecer a diversidade de seus componentes, e as particularidades e semelhanças entre as motos.

Foi para compartilhar esse tipo de informação, e distinguir modelos aparentemente semelhantes, que o CESVI realizou um estudo chamado “Motocicletas – Principais Componentes e suas Funções”. A pesquisa faz uma compilação detalhada dos componentes de cada modelo de moto, para facilitar a análise e interpretação do funcionamento e da função de cada um deles – e, assim, contribuir para um entendimento muito mais profundo das motocicletas.

As informações que você vai ler a seguir são derivadas desse estudo.

FUNCIONAMENTO
É possível encontrar semelhanças nos princípios de funcionamento de diversos componentes da moto, que podem ser divididos em: itens do motor, suspensão, chassi, carenagens, rodas, pneus, sistemas de freio, entre outros.

No motor, por exemplo, encontramos o chamado ciclo Otto, que aproveita energia proveniente da queima do combustível.

Porém, particularidades quanto ao número de cilindros, dimensões e disposições dos pistões, associadas a diferenças no curso do virabrequim, resultam em motores diferentes quanto ao seu volume e potência.

Há motores com os pistões em “V”, em linha, ou mesmo em cilindros opostos com números que podem ser de 1, 3, 4 e 6 cilindros. O princípio básico de funcionamento, no entanto, é o mesmo: exige pistão, anéis, válvulas, biela, virabrequim, cabeçote, vela de ignição, junta de cabeçote e outros elementos em comum. O que muda é o tamanho e os materiais empregados na fabricação.

Todo motor ciclo Otto gera calor – consequentemente, precisa de refrigeração. As motocicletas, de modo geral, usam o próprio ar para refrigeração do motor, utilizando cilindros que contêm aletas específicas para a troca de calor.

Mas existem modelos com sistema de refrigeração a água, semelhante ao dos carros de passeio, contendo radiador com colmeia e circulação do fluido em galerias específicas do motor.

Os sistemas de transmissão de força entre o motor e a roda são feitos pela caixa de câmbio, que possui os elementos internos com eixo primário e secundário, além de um conjunto de engrenagens que proporcionam as relações de marcha.

A transferência entre a saída do câmbio e a coroa também apresenta diferenças entre os vários modelos comercializados. Na maioria, você encontra o sistema de corrente como forma de transmissão de força. Mas há também o de correia, com durabilidade que beira os 100 mil quilômetros. Há ainda versões com transmissão de força feita por eixo cardan.

CHASSI
O chassi também tem variações no formato de construção, dependendo da aplicação da motocicleta. Pode ser um chassi tubular de aço carbono, que se divide entre os tipos diamond frame, berço simples, berço duplo, chassi monobloco de aço estampado e soldado pelo processo de solda a ponto, e chassi de liga de alumínio (para resistência e leveza nas motos esportivas).

O princípio do chassi é exatamente o mesmo entre os diversos modelos: serve de estrutura para fixação dos sistemas de suspensão, motor, banco, tanque e sistemas de articulação da mesa de suspensão dianteira – além de levar a identificação do número do VIN. Sua correta geometria é fundamental para a segurança e estabilidade da moto, exigindo uma verificação de alinhamento no caso de quedas ou colisões.

FREIO

Os sistemas de freio apresentam inúmeras versões: desde as mais simples, puramente mecânicas, acionadas por cabos ou varões e com sistemas de tambor e lonas de freio, evoluindo para os sistemas hidráulicos, dotados de discos e pinças. Os mais modernos trazem a tecnologia eletrônica, como é o caso do sistema ABS (Antilock Brake System), que utiliza sensores nas duas rodas, rodas fônicas e uma central para processamento das informações. Tudo para evitar o travamento das rodas em caso de frenagem de pânico.

CARENAGEM
As carenagens também possuem similaridade quanto ao material de fabricação, podendo ser compostas de polímeros plásticos, fibra de vidro e, em alguns casos, até mesmo de fibra de carbono, com alta resistência e leveza.

A principal função da carenagem é proteger determinados compartimentos da motocicleta e garantir melhor aerodinâmica, além de deixar a moto mais bonita.

PNEUS

Os pneus têm características específicas para cada categoria de motocicleta, já que devem ser compatíveis com a capacidade de carga do modelo, e adequados ao tipo e local de condução da moto.

Uma motocicleta off-road, por exemplo, possui pneus específicos para o uso fora-de-estrada, com desenho e dimensões que proporcionam melhor aderência na tração e frenagem, e em situações de curva. Já uma moto esportiva para altas velocidades terá um pneu com estrutura indicada para esta atividade: com aderência, balanceamento, capacidade de tração e outros fatores voltados para proporcionar segurança nas pistas.

ELETRÔNICA
Itens eletrônicos também estão presentes nas motocicletas, mas aí há uma diferença grande entre modelos básicos e sofisticados. Um exemplo é o sistema de alimentação de combustível. Nas básicas, você ainda encontra o antigo carburador para a realização da mistura de combustível. Já nas sofisticadas, há sistema de injeção eletrônica, comandado por módulo, sensores e atuadores.

TEXTO: Gerson Burin

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