Mesmo se o profissional de funilaria for extremamente qualificado para executar reparos de longa extensão, algumas peças são necessariamente trocadas. A carroceria do automóvel pode ser dividida em parte estrutural (longarinas, caixas de ar e colunas) e painéis externos (portas, para-lama e capô). Quando o veículo sofre uma colisão de média ou grande monta, geralmente as peças estruturais na região do dano são trocadas de modo a manter a segurança dos ocupantes do veículo. Neste post, descreveremos a substituição de uma peça estrutural: a coluna.
Quando o carro colidido estiver na oficina e o seu reparo já estiver autorizado, a primeira coisa é saber o quanto a estrutura foi afetada. Para isso, coloque o veículo na bancada de estiramento e o sistema de medição no automóvel.
A partir daí, é necessário voltar o veículo às cotas estipuladas pelo fabricante, utilizando o braço hidropneumático da bancada de estiramento. Observação: jamais efetue o corte antes do estiramento, pois as peças adjacentes ao dano estão pressionadas e, ao seccionar a peça afetada, todas as demais saem de posição.
A oficina atual trabalha com margens pequenas para manter a competitividade, por isso um reparo de dano extenso não pode demorar muito a ser feito. Assim, é imprescindível o uso de ferramentas que possam facilitar o reparo.
Logo após o estiramento, é necessário fazer o corte da coluna a ser substituída. Existem no mercado ferramentas como o corte plasma, que pode cortar em uma velocidade superior à das ferramentas de corte convencionais. Por se tratar de uma peça estrutural, geralmente a coluna é soldada com solda ponta em formato de sanduíche. Ou seja, peças sobrepostas para que seja possível retirar a peça após os cortes (que devem ser feitos de acordo com a especificação da montadora). Para escarear os pontos de solda de forma mais rápida, utilize uma desponteadeira pneumática, com uma fresa.
Logo após, destaque a peça com o auxílio de uma talhadeira fina.
Decape o local onde será colocada a nova peça, utilize o spray de zinco para proteção da peça contra a ferrugem.
Coloque a nova peça no local e posicione de forma adequada, alinhando portas e para-lama. Fixe utilizando alicates especiais no local do corte. Se possível, faça um rebaixo (solape) para aumentar a resistência da área soldada.
Com a peça no local e alinhada, é hora de fixá-la de maneira definitiva. Para isso, dê preferência à solda ponto, pois ela afeta termicamente uma área mínima. Na área do corte, use a solda Mig/Mag, ponteando de maneira alternada os pontos de solda para não afetar uma área muito grande.
Após a soldagem, é necessário esmerilhar os pontos de solda. Se você usou a solda ponto e a Mig/Mag, terá a vantagem de uma menor quantidade de material a ser esmerilhado.
Finalmente, o veículo pode seguir para a preparação.
TEXTO: Misael Santos