O carro mais vendido do mundo há alguns anos – que também é o sedã médio mais comercializado no Brasil – ganhou desde setembro de 2019 uma versão híbrida, que tem uma importância histórica: o Corolla Altis Hybrid é o primeiro carro elétrico produzido no nosso país.
Não se trata de um modelo plugin, ou seja, ele não carrega em tomada – somente em movimento. Mas sua performance tem impressionado os motoristas, como o engenheiro Fernando Bettine, que roda com o automóvel há cerca de quatro meses: “O carro é econômico, está fazendo 19 km/l na cidade e aproximadamente 21 km/l na estrada. Não me incomoda o fato de não ser plugin, até porque o ideal é que não precise de tomada.”
Entenda agora por que o Corolla híbrido é uma grande aposta da montadora.
BATERIA MAIS EM CONTA
Na época em que os primeiros modelos elétricos e híbridos foram lançados, um dos problemas em revendê-los era o valor da bateria, que poderia chegar a até 60% do valor de mercado do veículo. Agora, o preço de reposição da bateria elétrica do Corolla Altis Hybrid é de cerca R$ 10 mil, o que equivale a menos de 10% do valor do veículo, se avaliada a versão de entrada. E, para consolidar o veículo no mercado, a Toyota passou a estender a cobertura de oito anos para os seguintes itens: bateria híbrida, inversor/conversor, módulo de controle da bateria híbrida e módulo de controle de energia.
Vale ressaltar que a garantia do sistema híbrido está condicionada à realização em dia das revisões nas concessionárias Toyota. Edson Orikassa, gerente de Regulamentação da Toyota, afirma ainda que toda a rede Toyota está apta a prestar atendimento nos veículos híbridos, treinadas e com os devidos equipamentos de segurança.
VALOR DO SEGURO
Fizemos uma cotação online, comparando os modelos 2020 do Corolla Altis 2.0 16V a combustão e do Corolla Altis Hybrid Premium. Percebemos uma diferença de cerca de 100% de um para o outro – com o Hybrid Premium ficando muito mais barato.
O híbrido ficou no valor de aproximadamente R$ 5.100 enquanto a versão a combustão, R$ 10.700. O híbrido também ganha na porcentagem mais baixa do IPVA e em função da isenção de rodízio (em algumas localidades).
HÍBRIDO FLEX
A motorização do veículo é um sistema híbrido flex com 101 cavalos de potência no motor a combustão e 72 no motor elétrico. O torque é de 14,5 Kgf.m na combustão (abastecido 100% com etanol) e 16,6 Kgf.m no elétrico. O veículo normalmente parte com o motor elétrico e o sistema a combustão entra em operação quando o veículo atinge uma velocidade de aproximadamente 40 km/h, ou em condições de forte aceleração. A partir desse momento, os motores a combustão e elétrico funcionam juntos. Na desaceleração, o motor a combustão é desligado. Mas atenção: para conforto do motorista, não é necessário escolher qual motor utilizar – toda e qualquer decisão de escolha é automaticamente tomada pelo veículo.
Já a transmissão é automática: Hybrid Transaxle CVT com botão seletor: Normal, ECO, Power e EV (Electric Vehicle).
NOVOS RECURSOS
Orikassa, da Toyota, relaciona algumas peças adicionais do veículo, relacionadas a modelos híbridos: PCU – unidade de controle, bateria HV, sistema Transaxle composto de dois motores elétricos, caixa redutora, inversor/conversor, módulo de controle da bateria híbrida e módulo de controle de energia. O motor a combustão tem o ciclo Atkinson.
O executivo também nos contou sobre algumas mudanças no veículo para o benefício do consumidor: “Visando melhor eficiência, foi incluído o sistema Start/Stop, enquanto os sistemas de ar-condicionado e direção são elétricos”.
No projeto desse veículo, foram retirados a embreagem, motor de partida, alternador e caixa de câmbio. Contudo, os espaços internos foram mantidos iguais a todos os outros modelos do Corolla.
TEXTO: Denis Peres, analista de Pesquisa e Desenvolvimento do CESVI