As pistolas de pintura convencionais (sucção) utilizadas antigamente na reparação automotiva deixavam muito a desejar no que diz respeito à economia: utilizava-se uma única pistola para todos os tipos de processos, fosse aplicação de primer, tintas ou verniz – tudo com bicos 1,4 e 1,8 mm. Isso causava muito retrabalho, principalmente porque as pistolas não eram bem lavadas, e os restos de produtos que ficavam de algum processo eram passados para outros trabalhos. Infelizmente, ainda é comum, nos dias atuais, encontrar oficinas que adotam essa prática da “pistola multiuso”.
Mas as pistolas por sucção ficaram ultrapassadas, e hoje as pistolas HVLP apresentam uma série de vantagens. São projetadas para uma pressão da válvula/bico de ar de 0,7 bares (10 p.s.i.), e a eficácia, dependendo do fabricante da pistola, pode atingir 65% a 80% de transferência de produto na chapa. Também há ganhos na saturação dos filtros, devido ao baixo índice de névoa (overspray), e menor emissão de VOC na atmosfera.
Para efeito de comparação, as pistolas por sucção têm um índice de transferência de menos de 35% do produto na chapa.
E é com as HVLP que a oficina pode e deve optar por uma ferramenta para cada etapa da repintura. As quatros fases do processo são: aplicação de fundo, de tinta/base, de verniz e processo de retoque. Cada uma dessas etapas exige uma pistola com bicos de diâmetros diferentes.
APLICAÇÃO DE FUNDO
Os produtos de fundo, conhecidos como HS alto sólido, requerem bicos de 1,7, 1,8, 1,9 e 2,0 mm para uma correta atomização da pistola, facilitando a projeção do material de forma correta, com leques uniformes, sem desperdício de material – desde que obedecendo sempre à recomendação do fabricante de tinta sobre o tipo de viscosidade, o número de passadas e qual dos bicos mencionados acima ele recomenda.
APLICAÇÃO DE TINTA/BASE
Nos casos de tintas e bases, o trabalho requer do pintor cuidados fundamentais no que diz respeito ao tipo de produto a ser utilizado. Para tintas lisas PU, os bicos de 1,5 mm e 1,6 mm são os ideais. Já para bases poliéster que contêm alumínio, pérolas e bases lisas, utilizamos um bico 1,4 mm, ideal para atingir efeitos e espessuras de camadas sem desperdício de material. Nesse caso, é fundamental atentar para o tipo de pressão recomendada pelo fabricante, a distância e o teste de leque da pistola.
APLICAÇÃO DE VERNIZ
Já o verniz não requer cuidados tão específicos, como nos processos de aplicação de base que contém pigmentos (partículas de alumínio ou micas – pérolas). O cuidado essencial com essa pistola é atentar ao bico a ser utilizado (1,3 mm e 1,4 mm). Sendo utilizados de maneira correta, esses bicos apresentam aplicação uniforme, sem efeito de granulação de casca de laranja. É preciso levar em conta a distância, a pressão de ar e a viscosidade do produto recomendado pelo fabricante.
RETOQUE
O tipo de pistola utilizada nesta fase é um especial, que utiliza bicos específicos que vão desde 1,0 mm a 0,5, 0,7 e 0,8 mm. A atomização desta pistola faz a quebra das partículas dos produtos utilizados, centralizando o jato de tinta em uma área, não permitindo a aspersão dos produtos.
TEXTO: Francisco Carlos F. Assunção
Olá, gostaria de saber qual modelo e marca de pistola vocês recomendariam? Obrigado.
Olá, Paulo. Tudo bem?
Orientamos que você pesquise nas principais lojas de tintas automotivas para uma melhor escolha de custo-benefício.
Atenciosamente,
Equipe Clube das Oficinas.
Muito bom essa explicação do bico da pistola, gostei .