A marca Chery, de origem chinesa, teve sua operação no Brasil adquirida pelo Grupo Caoa (distribuidor de marcas como Ford, Subaru e Hyundai), o que deve reforçar o potencial comercial do SUV compacto Tiggo 2, fabricado em Jacareí (SP). O veículo é oferecido em duas versões: Look, a mais básica, já traz monitor de pressão dos pneus, ajuste elétrico dos faróis, cintos de três pontos para todos os ocupantes, Isofix (sistema de retenção de criança), sensor de ré e luz de neblina traseira; já a ACT, mais sofisticada, ainda oferece piloto automático, ESP, assistente de partida em rampas e câmera de ré, para ficarmos só nos itens que influenciam na segurança.
Mas e na oficina, como esse utilitário esportivo se comportaria no reparo após uma colisão? Para estudar esse cenário, o CESVI BRASIL fez crash-tests e seu estudo de reparabilidade do Tiggo 2. É o que você vai ver nesta matéria.
PREÇOS DE PEÇAS
A Chery fez uma readequação dos preços de peças do Tiggo 2, o que deixou os valores de cesta básica abaixo da média de mercado. Essa medida teve influência positiva na classificação CAR Group do SUV compacto, deixando o veículo na terceira posição no ranking da categoria.
IMPACTO DIANTEIRO
O Tiggo 2 possui travessa frontal, o que sempre ajuda na absorção de impacto em batidas de trânsito. Porém, nos testes do CESVI, esse componente não foi suficiente para evitar danos a outras peças adjacentes, como a longarina dianteira, o capô e a caixa de roda.
Por isso, o CESVI sugeriu à montadora que estudasse a possibilidade de avançar a posição da travessa, de modo que ela atuasse sobre a energia do impacto antes do contato com o conjunto óptico e o capô. O centro de pesquisa ainda sugeriu que a montadora analisasse a opção de alterar a área de deformação programada da travessa frontal, o que aumentaria a absorção da energia de impacto.
Remoção do conjunto powertrain
A caixa de roda dianteira da lateral esquerda apresentou leves deformações em sua estrutura, assim como a longarina dianteira, que teve danos na região próxima à caixa de roda. Por isso, foi necessário remover o conjunto powertrain para possibilitar o reparo na caixa de roda e substituir a longarina.
IMPACTO TRASEIRO
No impacto traseiro, o Tiggo 2 conseguiu um bom comportamento estrutural, sendo que peças como a lateral traseira e a tampa traseira não foram afetadas.
Confira a seguir como foi o comportamento das peças que puderam ser reparadas após o impacto, sem necessidade de substituição.
Longarina traseira
A longarina do lado direito apresentou danos em sua extremidade, mas foi possível fazer apenas a substituição parcial da peça.
Quanto a isso, o CESVI sugeriu que a montadora estudasse a possibilidade de adotar um crash-box junto à travessa traseira, para otimizar a absorção de parte da energia do impacto, reduzindo os danos na longarina e nos componentes adjacentes.
Assoalho do porta-malas, complemento do assoalho do porta-malas e complemento do painel traseiro com a lateral traseira
Esses três componentes tiveram deformações em suas estruturas, mas seu reparo foi possível com o auxílio do estiramento, serviço voltado para recuperar as medidas originais das peças.
Alojamento da lanterna traseira
O alojamento da lanterna traseira, na lateral direita, teve danos leves em sua estrutura, viabilizando o reparo do componente.
(Esta matéria foi publicada originalmente na edição 110 da Revista CESVI. Para visualizá-la na íntegra, com a tabela do CAR Group da categoria SUV compacto e as relações das peças afetadas no crash-test, acesse aqui.)
TEXTO: Emerson Farias